A Santa Missa
Mestre Irineu

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THE DAY OF THE PASSION OF MASTER IRINEU

On Monday morning, July 5, 1971, D. Percília passed by Mestre Irineu's house, as he always did.
He was cheerful, in a good mood; he showed no signs that he was about to die and asked D. Percília to stay a little longer. She complied with his request and stayed with him until about three in the afternoon.
It seemed to him that he was really well and so she finally decided to say goodbye to him, asking him for his blessing. According to Dona Percília, when leaving, Mestre Irineu, in a way that was not his custom, made him a recommendation that he should be very happy. She saw him so happy, that she didn’t suspect anything, left calm and satisfied
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 386)

That same Monday, around 7:30 pm, João Rodrigues (Nica) was also with Mestre Irineu to give him the documentation of the center, duly registered in the book of legal persons of the Forum of the District of Rio Branco.
It was his last encounter with the old leader still alive.
Everyone was concerned and very distressed about Mestre Irineu's health and a “Cure Commission” had scheduled to perform, on Wednesday, July 7, 1971, the third session of a work that was being carried out for his benefit.
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 387)

On Tuesday the sixth, before nine o'clock in the morning, everything seemed to be quiet. Suddenly, Otília (wife of Daniel Serra, Mestre's nephew) and Maria Zacarias heard a noise in Mestre Irineu's room.
It was he who was dying and experiencing a urination crisis. It is said that Don Peregrina had risen and was out of the room.
Chico Martins (a former follower of Mestre Irineu married to Antônio Gomes' widow, Maria Gomes) was nearby and ran to help. When Chico Martins entered the room, Mestre Irineu was lying in a hammock suffering from the urinary crisis followed by a heart attack. It is said that at that moment Mestre Irineu got up from the net, stood up and shortly afterwards collapsed in the arms of Chico Martins, who put him back in the net, now lifeless.
It is said that he was sweating a lot, with a wide smile and tears falling on his face.
At that moment, they realized that Mestre Irineu was no longer alive (personal communication from Otília, Daniel Serra's wife, who would be present at the time). It was nine o'clock in the morning on Tuesday, July 6, 1971.
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 389)

After Mestre Irineu's death, the news spread quickly and sadness took over the community and the surroundings of the center. In a short time the news gained dimension. Radio broadcaster Mota de Oliveira, one of the last people cured by Mestre Irineu, announced his death on the waves of Rádio Capital. The city of Rio Branco stopped to hear the sad news. The members of the Daime brotherhood who lived in the capital, were hit by the news of the loss.
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 386)

In the early hours of that morning, the first arrangements were made for his wake.
It was possibly the saddest day in the history of the Daime community. The Master's body remained in his residence until he was dressed in the official uniform.
At the headquarters, the men arranged the benches and the central table for the funeral ritual and at the location chosen for the burial, the construction of the tomb began, so that it would be ready for the burial the next day. All followers of Mestre Irineu were asked to wear the official uniform (white).
In agreement, the men decided to pay homage to the leader, placing the “Palma” in the uniform, an old prop that had been removed recently. Daniel Serra (commander of the salon at the time) would have suggested to Leôncio that a Guard of Honor be formed and he approved the idea. Thus, a group of men received the body of Mestre Irineu, shaped like a "V", signifying victory. The coffin was placed in the center, covered by the National Flag.
It is said that this tribute with the flag gave everyone present at the funeral the feeling that honors were being paid to a “head of state”. In the city, the Wanderley Dantas government issued a note of condolence
for the death of the great leader. As for the ceremony for the funeral of Mestre Irineu, the new President, Leôncio Gomes, had summoned all those present to participate in the mass and the execution of the Hinário “O Cruzeiro”, at the headquarters with the body present. Mass started at four in the afternoon. The hymnbook “O Cruzeiro” was performed sitting and singing the chapel without musical instruments and without maraca. According to João Rodrigues Facundes (Nica), the hymns of “O Cruzeiro” were sung with the interplay of the Pai Nosso, Ave Maria and Salve Rainha prayers.
(personal communication by João Rodrigues Facundes given in July 2008).

It is said that the emotion, the feeling of pain and sadness were visible everywhere, especially during the performance of the hymnbook. It is said that the followers' faces seemed to float in the void, struck by an unexpected event
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 391 and 392).

The brotherhood preparing for the Master's last trip on earth, surrounded by the national flag.

Bibliographical reference: MOREIRA, Paulo; MACRAE, Edward. “I COME FROM A FAR: Mestre Irineu and his companions”, Salvador, Bahia, EDUFBA, EDUFMA, ABESUP, 2011.
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O DIA DA PASSAGEM DE MESTRE IRINEU

Na manhã de segunda-feira, dia 5 de julho de 1971, D. Percília passou na casa de Mestre Irineu, como sempre fazia.
Ele estava alegre, bem disposto; não dava sinais que estaria prestes a falecer e pediu a D. Percília que ela ficasse mais um pouco. Ela atendeu a seu pedido e ficou com ele até cerca das três da tarde.
Parecia-lhe que ele estava realmente bem e, assim, ela finalmente resolveu se despedir dele, pedindo-lhe a benção. Segundo Dona Percília, ao sair, Mestre Irineu, de uma maneira que não era de seu costume, lhe fez a recomendação que fosse muito feliz. Ela o viu tão alegre, que não suspeitou de coisa alguma, saiu tranquila e satisfeita
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 386)

Nessa mesma segunda-feira, por volta das 19:30 horas, João Rodrigues (Nica) esteve também com Mestre Irineu para lhe entregar a documentação do centro, devidamente registrada no livro de pessoas jurídicas do Fórum da Comarca de Rio Branco.
Foi seu último encontro com o velho líder ainda em vida.
Todos estavam preocupados e muito aflitos com a saúde de Mestre Irineu e uma “Comissão de Cura” havia programado realizar, na quarta-feira dia 7 de julho de 1971, a terceira sessão de um trabalho que estava sendo realizado em seu benefício.
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 387)

Na terça-feira dia seis, antes das nove horas da manhã, tudo parecia estar tranquilo. De repente, Otília (esposa de Daniel Serra, sobrinho do Mestre) e Maria Zacarias ouviram um barulho no quarto de Mestre Irineu.
Era ele que agonizava e passava por uma crise de micção. Fala-se que D. Peregrina levantara e estava fora do quarto.
Chico Martins (antigo seguidor de Mestre Irineu casado com a viúva de Antônio Gomes, Maria Gomes) estava por perto e correu para acudir. Quando Chico Martins entrou no quarto, Mestre Irineu estava deitado numa rede sofrendo com a crise urinária seguida por um infarto. Fala-se que nesse momento Mestre Irineu se levantou da rede, ficou em pé e logo depois desfaleceu nos braços de Chico Martins, que o colocou novamente na rede, já sem vida.
Comenta-se que ele estava suando muito, com um largo sorriso e lágrimas lhe caindo no rosto.
Nesse momento se deram conta de que Mestre Irineu já não estava mais vivo (comunicação pessoal de Otília, esposa de Daniel Serra, que estaria presente na hora). Eram nove horas da manhã de terça feira do dia 6 de julho de 1971.
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 389)

Após a morte de Mestre Irineu, a notícia correu rapidamente e a tristeza tomou a comunidade e as redondezas do centro. Em pouco tempo a notícia ganhou dimensão. O radialista Mota de Oliveira, uma das últimas pessoas curadas por Mestre Irineu, anunciava seu falecimento nas ondas da Rádio Capital. A cidade de Rio Branco parava para ouvir a triste notícia. Os membros da irmandade do Daime que moravam na capital, eram golpeados pela notícia da perda.
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 386)

Logo nas primeiras horas daquela manhã, foram tomadas as primeiras providências para seu velório.
Foi possivelmente o dia mais triste da história da comunidade do Daime. O corpo do Mestre permaneceu em sua residência até ser vestido com a farda oficial.
Na sede, os homens arrumavam os bancos e a mesa central para o ritual de velório e no local escolhido para o enterro foi dado o início à construção do jazigo, para que estivesse pronto para o enterro no dia seguinte. Todos os seguidores de Mestre Irineu foram convocados a trajar a farda oficial (branca).
Em acordo, os homens resolveram homenagear o líder, colocando na farda a “Palma”, antigo adereço que tinha sido retirado recentemente. Daniel Serra (comandante do salão na época) teria sugerido a Leôncio que se formasse uma Guarda de Honra e este aprovado a idéia. Assim, um grupo de homens recebeu o corpo de Mestre Irineu, perfilado em forma de "V", significando vitória. O caixão foi colocado ao centro, coberto pela Bandeira Nacional.
Comenta-se que essa homenagem com a bandeira dava a todos os presentes no velório a sensação de que se prestavam as honras a um “chefe de estado”. Na cidade, o governo Wanderley Dantas divulgava nota de pesar
pelo falecimento do grande líder. Quanto à cerimônia do velório de Mestre Irineu, o novo Presidente, Leôncio Gomes, havia convocado a todos os presentes para participarem da missa e da execução do Hinário “O Cruzeiro”, na sede com o corpo presente. A missa começou às quatro da tarde. O hinário “O Cruzeiro” foi executado sentado e cantado a capela sem instrumentos musicais e sem maracá. Segundo João Rodrigues Facundes (Nica) os hinos d’ “O Cruzeiro” foram cantados com intercalação das preces Pai Nosso, Ave Maria e Salve Rainha.
(comunicação pessoal de João Rodrigues Facundes dada em Julho de 2008).

Comenta-se que a emoção, o sentimento de dor e tristeza eram visíveis por todo lado, principalmente durante a execução do hinário. Diz-se que os semblantes dos seguidores pareciam flutuar no vazio, atingidos por um acontecimento inesperado
(MOREIRA; MACRAE, 2011, p. 391 e 392).

A irmandade se preparando para a última viagem do Mestre na terra, envolto pela bandeira nacional.

Referência bibliográfica: MOREIRA, Paulo; MACRAE, Edward. “EU VENHO DE LONGE: Mestre Irineu e seus companheiros”, Salvador, Bahia, EDUFBA, EDUFMA, ABESUP, 2011.
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1. Senhor Amado

Para os tempos que estavas no mundo
Mandaram te chamar
Na casa da Mãe Santíssima
Para ti, para ti apresentar

Senhora Mãe Santíssima
Eu vim me apresentar
Atender Vosso chamado
Que Vós me, que Vós me mandou chamar

Te apresenta ao Vosso Pai
Foi quem mandou te chamar
Teu tempo completou
Que é para ti, que é para ti te apresentar

Oh meu Senhor amado
Eu vim me apresentar
Atender Vosso chamado
Que Vós me, que Vós me mandou chamar

Confessa os teus crimes
Do mundo de ilusão
Que é para ver se eu posso
Para ver se eu posso,
para ver se eu posso dar o perdão

Os tempos que eu estive no mundo
De Vós, Senhor, nada me faltou
Só eu tanto ofendi
Tanto ofendi,
tanto ofendi a Vós Senhor

Os tempos que eu estive no mundo
Com a proteção de Vós, Senhor
Só eu tanto ofendi
Tanto ofendi,
tanto ofendi a Vós Senhor

Oh meu Senhor amado
Soberanitíssimo Senhor
Só eu tanto ofendi
Tanto ofendi,
tanto ofendi a Vós Senhor
Só eu tanto ofendi
Tanto ofendi
e me perdoai, Senhor


2. Dois de Novembro

A tua alma entrega a Deus
E o teu corpo à terra fria
Jesus te acompanhe
Junto com a Virgem Maria

Tu pedes aos teus amigos
Pelo nome de Jesus
Que te rezem umas preces
Lá no pé da Santa Cruz

Tanto anos que vivestes
Agora vai se retirar
Vai atender ao nosso Pai
Foi quem mandou te chamar

Aqui achou, aqui deixou
Levas contigo o amor
As portas do céu se abrem
Para quem for merecedor


3. Rogativo dos Mortos

São doze horas da noite
Meu irmão se mudou
O sono da eternidade
Deus do céu quem te chamou

Uma hora da madrugada
Meu irmão se mudou
O sono da eternidade
Deus do céu quem te chamou

Duas Horas da madrugada....

São três horas da madrugada...

Quatro horas da madrugada...

Cinco horas da manhã...

São seis horas da manhã...

São sete horas do dia...

São oito horas do dia...

São nove horas do dia
Meu irmão se mudou
O sono da eternidade
Deus do céu quem te chamou

Tantos anos que vivestes
No mundo da ilusão
Eu rogo a Deus do céu
Que te dê o Santo perdão

A divina estrela vem
Para ir te alumiar
Eu rogo a Deus do céu
Que te bote em bom lugar

A virgem Senhora vem
Para ir te acompanhar
Eu rogo a Deus do céu
Que te bote em bom lugar


4. Mãe Celestial

Eu peço e rogo
Oh Mãe Celestial
Que tudo enquanto eu tenho
É Vós é quem me dá
Oh Mãe Celestial

Eu peço e rogo
Oh Pai Celestial
Que tudo enquanto eu tenho
É Vós é quem me dá
Oh Pai Celestial

Eu peço e rogo
Oh Mãe Celestial
Que te dê a salvação
E te bote em bom lugar
Oh Mãe Celestial


5. Equiôr Papai Me Chama

Equior Papai me chama
Equior perante a Si
Equior Papai me diz
Equior eu sou feliz

Equior Mamãe me chama
Equior Mamãe me dá
Equior Mamãe me ensina
Amar a quem eu devo amar

Eu vivo neste mundo
Com prazer e alegria
Viva Deus no céu
E a Sempre Virgem Maria

Jesus Cristo é o nosso Pai
De grande consolação
Ajudai-me neste mundo
E no outro a salvação


6. Todo mundo quer ser filho

Todo mundo quer ser filho
De Deus da criação
Por quê que tu te esquece
De rezar para o teu irmão

Meu irmão que se mudou
Saiu com alegria
Eu rogo a Deus por ele
E a Sempre Virgem Maria

Jesus Cristo Redentor
Eu peço o meu perdão
Que eu nunca mais hei de esquecer
De rezar para o meu irmão

Meu irmão que já saiu
Do mundo do pecado
Eu rogo a Deus do céu
Que ele seja perdoado


7. Senhora Mãe Santíssima

Senhora Mãe Santíssima
O Vosso Filho Ela mandou
Está na frente da estrada
Para quem lhe acompanhar

Para quem lhe acompanhar
Com fé e alegria
Para a santíssima casa Dela
Ela espera todo dia

Ela espera todo dia
O Divino Pai chamar
Para a santíssima casa Dela
Todos filhos lá chegar

Todos filhos lá chegar
E Ela a todos receber
Para dar a Santa Glória
Àqueles que merecer


8. Oh meu Pai Eterno

Oh meu Pai Eterno
É Soberano Senhor
É Rei no céu e na terra
Um Pai Criador

Oh Virgem Mãe
É Soberana Senhora
Rainha no céu e na terra
Oh Mãe Criadora

Oh meu Pai Eterno
É Soberano Senhor
Me perdoai os meus pecados
Oh Pai Criador

Oh Virgem Mãe
É Soberana Senhora
Me perdoai as minhas culpas
Oh Mãe Poderosa

Oh meu Pai Eterno do céu
Jesus Cristo Salvador
Nasceu da Virgem Maria
Sofreu por Vosso amor


9. Despedida

Me depeço meus irmãos
Porque vou me apresentar
Vou alegre e satisfeito
Para meu Pai me consolar

Eu vou com muita alegria
Porque Mamãe me chamou
E quem me deu esta verdade
Foi o nosso Pai Criador

Eu não posso vos levar
Porque não tenho poder
Para seguir a verdade
É preciso compreender

Para não seguir a verdade
Não é preciso rezar
E todos nós temos a certeza
Deste mundo se ausentar


10. Pisei na terra fria

Pisei na terra fria
Nela eu senti calor
Ela é quem me dá o pão
A minha Mãe que nos criou

A minha Mãe que nos criou
E me dá todos ensinos
A matéria eu entrego a Ela
E o meu espírito ao Divino

Do sangue das minhas veias
Eu fiz minha assinatura
O meu espírito eu entrego a Deus
E o meu corpo à sepultura

Meu corpo na sepultura
Desprezado no relento
Alguém fala em meu nome
Alguma vez em pensamento


1. Bendito Louvado Seja

Bendito louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo
Para sempre seja louvado
A Nossa Mãe Maria Santissima

O Minha Mãe, Minha Rainha
Tenha de nós compaixão
Para nós poder sairmos
De perto deste vulcão

O vulcão é o pecado
Deste mundo de ilusão
Eu rogo a Deus do Céu
Pela nossa salvação

A salvação é o amor
Do Senhor Rei Salomão
Do Patriarca São José
E do Mestre Juramidam


2. Eu Vou Iluminar As Almas

Eu vou iluminar as almas
Que para as almas me adujar
Eu vou também pedir as almas
Que para elas me ajudar


3. Lá No Cruzeiro Divino

Lá no cruzeiro divino
Aonde as almas vão rezar
As almas choram de alegria
Quando os filhos se combinam
E de tristeza quando não quer combinar


4. As Almas Que Aqui Vem Buscar

As almas que aqui vem buscar
O amor e a luz do saber
Eu entrego a São Irineu
É ele é quem vem receber


5. Cajueiro Santo

Cajueiro santo
Aonde nasceu Jesus
Oh! Minhas almas
Dai-me a santa luz